O Fundo Monetário Internacional (FMI) deve revisar sua projeção de crescimento neste ano para o Brasil, conforme declaração do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, nesta sexta-feira (20) durante os Encontros de Primavera do FMI e do Banco Mundial em Washington em que ele participa. “Se as nossas projeções se mantiverem, acho que eles vão acabar subindo [a projeção]”, afirmou.
Segundo Goldfajn, que participa dos Encontros de Primavera do FMI e do Banco Mundial em Washington, no último relatório Panorama da Economia Mundial, divulgado nesta terça, o Brasil foi um dos países cuja projeção mais se elevou em relação ao relatório anterior de janeiro.
No relatório do FMI, a previsão é que o Brasil deve crescer 2,3% neste ano e 2,5% em 2019, puxado por consumo e investimento. As projeções do fundo são menores do que as do ministério da Fazenda, de 3% para este ano, e do que as do mercado, que ficam em torno de 2,8%.
Sobre a gradualidade da retomada do crescimento brasileiro, o presidente do Banco Central afirmou que os números atuais são positivos, já que não se fala mais em recessão.
“Qualquer projeção entre 2,5 e 3% está dentro da margem razoável de projeções para este ano”, ressaltou, e e disse que a aceleração prevista pelo FMI está relacionada à política monetária, que gerou renda e permitiu o consumo antes mesmo da retomada dos investimentos. “Estamos recuperando. A recuperação é gradual e uma parte do gradualismo são as incertezas”, disse o presidente, citando enrte elas as incertezas políticas.
Quando questionado se continuaria no cargo em um eventual novo governo, o presidente do Banco Central afirmou que a contribuição de um presidente para o Banco Central é mais efetiva se ele se mantiver neutro com relação a questões partidárias. “O BC tem que trabalhar para qualquer cenário, para qualquer partido, ser um ator neutro para ter o seu papel de órgão de estado.”